Thursday, November 25, 2010

África!

Saí de Belo Horizonte com destino a Joanesburgo, na África do Sul. Voo rápido e tranquilo.
Cheguei a Joanesburgo no começo da tarde, e não consegui trocar meu dinheiro no aeroporto (a casa de câmbio no aeroporto de São Paulo estava fechada). Logo encontrei uma pessoa que conhecia outra pessoa que trabalhava em um supermercado e poderia trocar meu dinheiro extra oficialmente. Quando dei por mim, estava na sessão de frutas de um mercado, em uma atitude mais que suspeita, discretamente deixando meu dinheiro no bolso de um desconhecido e recebendo meus “Rands” (moeda local) em meu bolso como se nada estivesse acontecendo. Quem assistiu à cena, teve certeza se tratar de uma negociação de drogas. De posse de algum dinheiro local, fui para o hotel que já estava reservado para mim, tomei um bom banho, saí para comer um sanduíche e dormi cedo para não perder meu voo do dia seguinte.
No dia seguinte, ainda na van para o aeroporto, dei falta de minha carteira de motorista internacional, o mais importante documento depois de meu passaporte. Começou o desespero. Esvazia a mochila, arruma a mochila, esvazia a mochila, arruma a mochila… Nada! Liguei para o hotel e não estava no quarto. Sinal que havia a perdido no “movimento” de trocar o dinheiro no dia anterior. Bom, o que não tem solução, solucionado está, e fiz o que eu podia. Mandei uns e-mails para a família para pesquisarem quanto tempo levaria uma segunda via junto ao Departamento de Trânsito, e outro para Sharita, a pessoa com quem eu me encontraria em Polokwane para iniciar o longo deslocamento com os veículos de apoio até o Egito.
Após 40 minutos em um avião teco teco, cheguei ao aeroporto de Polokwane, e após recolher minha bagagem (que incluía minha bicicleta em uma caixa de papelão totalmente destruída), encontrei-me com Sharita, sem saber como explicar a história da carteira de habilitação. Para minha surpresa, ela deu uma gargalhada, e me disse que também estava sem, que a burocracia era muita, e que o melhor seria seguirmos viagem os dois com nossas habilitações normais. Passamos no galpão onde estavam os veículos e fui apresentado à Toyota que vou dirigir através do continente (logo eu que odeio um volante). De lá seguimos para a casa de sua família, onde para minha surpresa (mais uma vez), eu ficaria hospedado. Fui muito bem recebido, e muito sem graça, me instalei no quarto de hóspedes. Seria apenas por uma noite, mas vários imprevistos nos seguraram mais 2 dias em Polokwane. Resolvíamos uma coisa, surgiam mais dez, ou, “descascávamos um abacaxi” e surgiam 50 “pepinos”. Enfim, foi uma experiência interessante passar alguns dias hospedado com uma família local e, na mesa do jantar, participar das discussões sobre racismo, apartheid, caça de rinocerontes, etc.. Enfim, os carros ficaram prontos, o passaporte dela chegou, e finalmente estava na hora de cair na estrada. Estrada essa que, por sinal, seria toda em mão inglesa ate Nairóbi, no Quênia. E o volante do carro, obviamente, era do lado direito. Detalhe que, por sinal, eu não havia tido tempo de considerar. Bom, hora de agradecer a hospitalidade da família Van Der Merwe e cair na estrada.


No comments:

Post a Comment