Sunday, November 28, 2010

2º Dia - Messina a Acampamento

As 6 da manha fui acordado por um vigia (imagino que do restaurante) que, supostamente, havia vigiado por toda a noite os carros onde dormíamos e queria uma gorjetinha para ir para casa.
Aproveitamos para sair cedo e avançar bastante no dia. Tomamos café da manha em posto de gasolina e rumamos para a fronteira.
Ainda meio tenso com história do visto, paramos, ainda do lado sul-africano, para carimbarmos a saída nos passaportes, assim como a saída dos veículos. Seria meu primeiro contato com os “clearance agents”, espécie de despachantes consulares que, aos montes, cercam seu veiculo assim que você se aproxima da fronteira.
Assim que desci do carro, começaram a me explicar que teria que pagar uma taxa para isso, outra para aquilo, outra para aquilo outro. E que seria muito mais rápido pagar diretamente a eles, que tem acesso direto aos oficiais sem enfrentar filas. Como Sharita já havia me prevenido, não caí na conversa deles e fui direto para a fila da imigração para resolver meu visto. Para variar, havia me preocupado a toa, e em cinco minutos o simpático atendente já havia colado o visto do Zimbabwe em meu passaporte. Todavia, isso não significava que nossa epopéia para entrar no Zimbabwe havia chegado ao fim, muito pelo contrario. Começava ali uma longa e cansativa manha de fila em fila, de guichê em guichê e de informação errada em informação errada.
Primeiramente, o pessoal parecia não conhecer bem os sistema de carnê que havíamos escolhido para provar que não pretendíamos vender os veículos no Zimbabwe. O sistema é bastante simples,e consiste de uma folha que um oficial carimba na entrada do país e o outro na saída. Temos conosco um bloco de carnês comprado na África do Sul, e ainda nao consegui entender o que eles garantem a nao ser uma boa renda para quem os vende. De toda forma, após entenderem como funciona e carimbarem a entrada dos veículos no país, nos enviaram para uma fila para pagarmos o pedágio. Umas três filas e mais algumas taxas depois, nos liberaram para seguir viagem. Poucos metros a frente, onde um grande portão nos separava de seguirmos livremente pelo pais, o policial encrespou com o recibos das taxas que havíamos acabado de pagar. De acordo com ele, haviam classificado-o erroneamente de pequeno caminhão Isuzu que ela ia dirigindo, e ao invés do boleto branco deveríamos ter pago o boleto verde. Umas vez pago o boleto verde, decidimos caminhar até o tal portão verificar com o policial se realmente poderíamos seguir viagem como havia nos dito novamente o oficial a quem pagamos o dito boleto verde, e para nossa surpresa, descobrimos que ainda tínhamos que pagar o “cupom”. Enfim, após mais algumas idas e vindas, fomos liberados e, já no começo da tarde, conseguimos entrar no Zimbabwe.
Seguimos por uma estradinha estreita, porém sem muito movimento, perfeita para eu ir me acostumando com o volante do lado direito e o tráfego invertido. Enormes árvores baobas nos fizeram companhia nesse caminho, algumas grandes o suficiente para caber uma ou duas pessoas dentro da caverninha que se às vezes se forma em seus troncos. Sei que em algum lugar na África do Sul, existe um pequeno bar dentro de uma gigantesca árvore Baoba. No fim da tarde, começou a cair uma forte chuva e assim que anoiteceu, entramos na primeira quebrada que apareceu e enfiamos os veículos mato adentro até estarmos bem escondidos, e após um banho de gato (interrompido após descobrirmos enormes escorpiões correndo de uma lado para o outro a poucos cm de nós), dormi como uma pedra.

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