Sunday, December 5, 2010

9º Dia - Singiri a Arusha


Saímos às 7 para encarar o longo trecho de cascalho, areia e buraco ate Arusha. Levamos o dia todo para fazer os quase 400 km ate a cidade mais turística da Tanzânia. Daqui saem as excursões para diversos parques nacionais, e também para o tao falado Monte Kilimanjaro. Por todo lado encontra-se estrangeiros, muitos vivendo do turismo. O hotel ao lado do camping onde estamos pertence a um dinamarquês que participou do Tour d’Afrique em 2006 e se apaixonou por uma Masai (tribo do Quênia e da Tanzânia) durante os 3 dias de descanso em Arusha.

Arusha marca a exata metade do Tour, dois meses após a largada em Cairo, no Egito. Mal posso esperar para ver o caos tomar conta das ruas quando as quase 100 bicicletas atravessarem a cidade sob o curioso olhar dos locais e turistas em março do ano que vem. Amanha seguimos para Nairobi, ou “Nairobery” como o pessoal do TDA costuma dizer. Lá teremos muito trabalho a fazer antes de seguir para a tao falada Etiópia.

Saturday, December 4, 2010

8º Dia - Lupa a Singiri

Logo cedo o calor começou a castigar e antes da 7 caímos na estrada. Paramos para o café da manha em uma cabana e nos fartamos de chá com panquecas. Costelas de vacas, buracos enormes, areiais e muitos locais perambulando pela estrada, muitos em vestes típicas tribais.

Após rodamos cerca de 100 km, paramos em uma das dezenas de cancelas pelas quais passamos todos os dias (os vilarejos possuem uma espécie de portão de entrada e saída). Era a entrada de um parque e fomos informados pelos locais que estávamos a 700 Km de Arusha. Demos bastante risada como sempre, pois sempre nos respondem distâncias absurdas estrada afora. Quando fomos checar no mapa , a informação estava correta. Faltava 700 Km para Arusha, e pelo que sabíamos, seria praticamente tudo em estradas de terra em péssimas condições. Levaríamos um século para chegar, e não tínhamos tempo a perder. Paramos pouquíssimas vezes e já no final da tarde, com 360 lentíssimos km percorridos, caímos em um asfalto novo em folha para percorrermos os últimos 90 km até a cidade de …….., onde chegamos já no começo da noite. Paramos para abastecer em um caótico posto de gasolina na entrada da cidade, onde se tinha a impressão que se concentrava toda a malandragem e as prostitutas da cidade. Tratamos de buscar um lugar seguro e barato para passar a noite, e após mais um prato de frango com fritas, tratamos de dormir cedo para tentar chegarmos cedo a Arusha amanha.


Friday, December 3, 2010

7º Dia - Mbeya a Lupa

Após uma noite gelada, às 5 e meia da manha o calor já era insuportável. Assim como o Malawi, essa região da Tanzânia é muito úmida, o que torna a sensação térmica ainda mais louca. Após o café da manha, saímos para resolver várias coisas que ainda não estavam nos conformes. Imprimimos as direções da nova rota que deveríamos tentar e voltamos na loja da operadora de celular para tentar entender porque os chips que havíamos comprado não estavam funcionando. No dia anterior, um garçom traduzira errado uma sms que havíamos recebido da operadora, e com isso usamos o chip de maneira errada ate acabar os créditos que havíamos acabado de comprar. Vacilos bobos, mas que definitivamente não podem ocorrer durante o Tour. Com a nova rota, deveríamos também encontrar um novo local na cidade para as quase 100 pessoas acamparem, e após visitarmos alguns hotéis e barganharmos quase ate perdermos a paciência, escolhemos o local onde o grupo acampara em breve. Já era cerca de meio-dia quando pegamos a estrada de terra que supostamente nos levaria de Mbeya até perto de Arusha. O caminho é muito bonito e bem mais tranquilo que a estrada asfaltada, mas como tudo tem seu preço, passamos a nos deslocar em um ritmo bem mais lento que anteriormente. Em alguns trechos em que tínhamos que dirigir de primeira e segunda marchas, os ciclistas locais nos ultrapassavam em suas bicicletas chinesas sem marchas. Fomos seguindo com paciência, até o momento em que o céu ficou preto e começou a chover. Era difícil de acreditar, mas chovia granizo. As pedras de gelo eram maiores que uvas, e parecia que iam estourar os vidros do carro a qualquer momento. Com tudo isso, chegamos já no fim do dia a um vilarejo chamado Lupatingatinga, após termos rodado menos de 200 km. Assim que estacionamos próximos a “estrada” para acampar, começou a aparecer a criançada. Muitas em bicicletas, outras a pé. Logo estávamos cercados, e o circo estava armado. Fomos nos comunicando na medida do possível, pois o inglês deles era bem básico. Uns gritavam “Cairo” e “Cape Town”, outros apontavam para nossas bicicletas no teto do jipe, um outro tentava chamar a atenção imitando o Michael Jackson e um pequeno grupo saiu para buscar umas mangas. Tudo ia muito bem até aparecer uma senhora e envenenar a meninada. Assim que ela apareceu, começou o tal do “gimme money” pra cá e “gimme money” pra lá. Era hora de encerrar a brincadeira, e decidimos ir procurar algo para comer. Mal chegamos na vila e viramos a atracão. Havia “Mzungos” (brancos) na cidade, e todos queriam nos ajudar a encontrar a janta, na esperança de receber uns trocados de gorjeta. Após um enorme prato de arroz com molho de tomate esquentado no carvão em uma birosca iluminada por uma vela, voltamos para nosso acampamento para a parte mais high tech do dia, o escritório improvisado dentro do caminhão, no meio do mato em uma região super remota da Tanzânia aparentemente, estamos próximos a vários parques e reservas, veremos o que nos aguarda a seguir.