Friday, December 3, 2010

7º Dia - Mbeya a Lupa

Após uma noite gelada, às 5 e meia da manha o calor já era insuportável. Assim como o Malawi, essa região da Tanzânia é muito úmida, o que torna a sensação térmica ainda mais louca. Após o café da manha, saímos para resolver várias coisas que ainda não estavam nos conformes. Imprimimos as direções da nova rota que deveríamos tentar e voltamos na loja da operadora de celular para tentar entender porque os chips que havíamos comprado não estavam funcionando. No dia anterior, um garçom traduzira errado uma sms que havíamos recebido da operadora, e com isso usamos o chip de maneira errada ate acabar os créditos que havíamos acabado de comprar. Vacilos bobos, mas que definitivamente não podem ocorrer durante o Tour. Com a nova rota, deveríamos também encontrar um novo local na cidade para as quase 100 pessoas acamparem, e após visitarmos alguns hotéis e barganharmos quase ate perdermos a paciência, escolhemos o local onde o grupo acampara em breve. Já era cerca de meio-dia quando pegamos a estrada de terra que supostamente nos levaria de Mbeya até perto de Arusha. O caminho é muito bonito e bem mais tranquilo que a estrada asfaltada, mas como tudo tem seu preço, passamos a nos deslocar em um ritmo bem mais lento que anteriormente. Em alguns trechos em que tínhamos que dirigir de primeira e segunda marchas, os ciclistas locais nos ultrapassavam em suas bicicletas chinesas sem marchas. Fomos seguindo com paciência, até o momento em que o céu ficou preto e começou a chover. Era difícil de acreditar, mas chovia granizo. As pedras de gelo eram maiores que uvas, e parecia que iam estourar os vidros do carro a qualquer momento. Com tudo isso, chegamos já no fim do dia a um vilarejo chamado Lupatingatinga, após termos rodado menos de 200 km. Assim que estacionamos próximos a “estrada” para acampar, começou a aparecer a criançada. Muitas em bicicletas, outras a pé. Logo estávamos cercados, e o circo estava armado. Fomos nos comunicando na medida do possível, pois o inglês deles era bem básico. Uns gritavam “Cairo” e “Cape Town”, outros apontavam para nossas bicicletas no teto do jipe, um outro tentava chamar a atenção imitando o Michael Jackson e um pequeno grupo saiu para buscar umas mangas. Tudo ia muito bem até aparecer uma senhora e envenenar a meninada. Assim que ela apareceu, começou o tal do “gimme money” pra cá e “gimme money” pra lá. Era hora de encerrar a brincadeira, e decidimos ir procurar algo para comer. Mal chegamos na vila e viramos a atracão. Havia “Mzungos” (brancos) na cidade, e todos queriam nos ajudar a encontrar a janta, na esperança de receber uns trocados de gorjeta. Após um enorme prato de arroz com molho de tomate esquentado no carvão em uma birosca iluminada por uma vela, voltamos para nosso acampamento para a parte mais high tech do dia, o escritório improvisado dentro do caminhão, no meio do mato em uma região super remota da Tanzânia aparentemente, estamos próximos a vários parques e reservas, veremos o que nos aguarda a seguir.


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